sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

João e Maria

Mariazinha e Joãozinho são casados.
Entre namoro, gravidez na adolescência e casamento, já somam 20 anos de relação.
Têm duas filhas bacanas.
A prestação de um apartamento que pagam juntos.
Um carro para cada um.

Mariazinha é filha de um casal de 'ripongos'; seus pais fumavam maconha, faziam teatro e casaram de bata; menos de 10 anos depois se separaram porque o pai espancava a mãe e depois quebrava tudo dentro de casa. Ele é um avô maravilhoso.

Joãozinho é filho de um aposentado e uma dona-de-casa.
O pai parou de trabalhar.
A mãe não.

Mariazinha trabalha na mesma empresa em que estagiou na época da faculdade.
Joãozinho é profissional liberal. Às vezes ele ganha mais do que ela.

Mariazinha nasceu numa família cheia de mulheres impetuosas e homens passivos.
Mulheres impetuosas que aprenderam a obedecer. Homens passivos que se viram obrigados a ditar as regras.
Mariazinha se adapta, cede, silencia.

Mariazinha precisou fazer uma viagem internacional, porque no seu trabalho ela era muito boa no que fazia.
Joãozinho, que passara aqueles vinte anos reclamando que Mariazinha estudava demais, trabalhava demais, sobrando pouco tempo demais para ele, a casa e as filhas, disse que ela tinha 'ganhado' aquela viagem porque 'dava' pro chefe.

Mariazinha agora está na Espanha.
Já conversou com a mãe, a irmã, a avó, e as filhas.
Assim que voltar, vai se separar.



Não é possível matar completamente uma mulher forte.

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